Eriberto Nascimento Leite, Diretor de Mineração da Ferbasa, é adepto da "nova" tecnologia, que não é de modo algum nova. A tecnologia já é conhecida daqueles que se submeteram à um raio-x médico ou mesmo passado por uma verificação de segurança no aeroporto. Entretanto, há 10 anos, tratava-se de uma tecnologia completamente nova no contexto da mineração. Eriberto explica que a tecnologia SBS faz toda a diferença no contexto da Ferbasa. Evitar o processamento desnecessário é possível ao separar antecipadamente uma fração do material de alto teor da alimentação da usina. Esse material, que já possui especificações para uso metalúrgico, não requer quaisquer outros processamentos adicionais. Da mesma forma, o material classificado como de baixa qualidade pode ser removido antes da alimentação de processos subsequentes. Dessa forma, as partículas classificadas como não economicamente viáveis são eliminadas do processo com antecedência. O processo é chamado de pré-concentração de ROM (run-of-mine). A pré-concentração do material antecede os processos de moagem, que se trata de um processo de elevado consumo energético. Dessa forma, somente material com valor agregado passa por esse processo e segue para as etapas de concentração. A concentração, por sua vez, é o conjunto de processos que visa aumentar o teor do elemento de interesse e remover contaminações, através de operações físicas ou químicas. Em suma, os processos de pré-concentração aumentam a produtividade do sistema como um todo. Na Ferbasa, a aplicação da tecnologia de separação por sensores possibilitou um aumento na produção, além de reduzir custos em processos subsequentes, como cominuição e uso de insumos, tais como reagentes.
Governança ambiental, social e corporativa (ESG) e Separação baseada em sensores andam de mãos dadas
A separação por sensores é um processo de separação à seco, ao contrário de outros processos como a separação por meios densos, por exemplo. “Hoje na Ferbasa, a tecnologia de Sensor based Sorting nos auxilia a adotar práticas ESG, diminuindo desperdícios, maximizando a eficiência da produção e contribuindo para o mantenimento dos recursos naturais.” diz Eriberto Nascimento. Hoje, não apenas o minério da mina é processado, mas também as pilhas de rejeito, que possuem teores consideráveis de cromo. Este tratamento de rejeito só é possível através da automação do processo e suas altas capacidades, que chegam até 180 t/h. O tratamento do rejeito tem o potencial de aumentar a produtividade da mina, devido à sua alta eficiência operacional. Em termos de utilização de recursos, há potencial para redução do consumo de água, energia e reagentes químicos.
Como tudo começou: Da curiosidade à realidade
A Ferbasa sempre teve um processo de pré-concentração com o objetivo de separar o minério granulado, com alto teor de cromita, do minério de baixo teor que vai para a planta de concentração. Entretanto, tratava-se de um processo de catação manual. Em determinado momento, Bartolomeu Fonseca, antigo gerente de beneficiamento da Ferbasa, descobriu um artigo sobre a tecnologia de separação baseada em sensores da Steinert. Em 2012, ele preparou o material para ser enviado para testes no centro da Steinert na Alemanha, que foi bem-sucedido.
O primeiro sistema de classificação Steinert XRT ainda está em operação - com 34.000 horas
Há 10 anos atrás, na ocasião da instalação do primeiro equipamento, os funcionários da Ferbasa estavam céticos se a máquina suportaria as condições adversas da mina. Foi por esse motivo que a Steinert Latinoamericana, subsidiária da STEINERT GmbH da Alemanha, ofereceu um "acordo de teste e compra". Ao longo dos anos verificou-se elevada robustez do equipamento, resultando no fato de que a primeira unidade ainda hoje está em operação, com um total de 34.000 horas de funcionamento. "Olhando para trás, não foi fácil aplicar a tecnologia, mas decidi avançar porque acreditei que a tecnologia poderia ser eficaz. Agora, já aposentado, estou muito orgulhoso do legado que deixei para a empresa", diz Bartolomeu Fonseca. "Eu tinha todo o apoio do diretor de mineração naquela época, Warderley Lins, mas era minha responsabilidade fazê-la funcionar".
Forte apoio da Steinert Latinoamericana, com seu próprio centro de testes
Em 2014, durante o comissionamento do primeiro sistema de classificação STEINERT XSS T, diversos obstáculos foram enfrentados, como é comum em projetos inovadores. No entanto, com a Steinert GmbH já tendo estabelecido sua subsidiária Latinoamericana em Belo Horizonte e seus técnicos de serviço capacitados para ajudar na instalação, a STEINERT Latinoamericana iniciou uma parceria com a Ferbasa.
A parceria da Steinert com outras empresas tem sido fundamental para o desenvolvimento de novas soluções e tecnologias, contribuindo para o avanço da indústria e a preservação do meio ambiente. Além disso, a empresa tem investido em pesquisa e desenvolvimento para continuar a oferecer soluções cada vez mais eficientes e sustentáveis.
Atualmente, a empresa conta com uma equipe de 30 colaboradores que atendem a vários clientes de mineração na América Latina, além de possuir um centro de testes próximo ao escritório no Brasil, permitindo a realização de testes com maior comodidade e eficácia para os clientes locais.
De um para seis sistemas de separação por sensores em apenas cinco anos
A Ferbasa começou a operar com o primeiro equipamento em 2014. Já em 2019, contava com seis equipamentos instalados para o processamento de ROM e pilhas de baixo teor.
A produção se beneficia da flexibilidade dos sistemas de separação, que geram estéril, material pré-enriquecido e material de alto teor. As capacidades de processamento são de até 120 t/h para partículas de 1 a 3 polegadas, atingindo até 180 t/h para partículas de 2 a 5 polegadas. Em relação aos tamanhos processados, a combinação de sensores permite a separação de partículas de até 5 polegadas, numa condição excepcional que reforça a robustez e eficiência do equipamento para a detecção e ejeção de partículas extremamente grosseiras. No total, as recuperações atingem valores de até 90%, com upgrades de até 1,5-3 vezes os teores de alimentação.
Atualmente, a FERBASA emprega a tecnologia de separação por sensores para processar 100% do ROM, utilizando equipamentos STEINERT XSS e STEINERT KSS | XT L em um processo de duas etapas. Na primeira etapa, o material estéril é rejeitado, enquanto na segunda etapa, o material pré-enriquecido e o material de alto teor são gerados. O material de alto teor atende às especificações de teor para envio à planta metalúrgica, enquanto o material pré-enriquecido é enviado para outra usina para seguir outros processos de concentração. Além disso, a tecnologia é aplicada no processamento de pilhas de baixo teor, utilizando duas unidades do STEINERT KSS | XT L em duas etapas para separar o estéril, o material pré-enriquecido e o alto teor. Como resultado, as pilhas de baixo teor são consumidas de forma economicamente viável e com altos ganhos de sustentabilidade.
Sobre a tecnologia
A Steinert desenvolveu um conceito único de combinação de sensores, denominado "multi-sensor sorting” ou STEINERT KSS. O sistema de classificação STEINERT KSS aplica esse conceito, permitindo a combinação entre o sensor de transmissão de raios X com outras três opções de sensores adicionais (Indução, laser 3D e Cor).
Sobre a STEINERT Latinoamericana Ltdt.
A STEINERT Latinoamerica é uma subsidiária 100% da STEINERT GmbH, localizada em Pedro Leopoldo, Minas Gerais - Brasil. Atualmente oferece uma equipe altamente qualificada, laboratório de testes e suporte técnico local para atender às demandas de toda a América Latina. Além disso, os equipamentos STEINERT estão em operação bem-sucedida em várias regiões, incluindo Brasil, Peru e Chile.